terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Ana...


A amizade na minha vida ganhou um nome especial: Ana. Ela ocupa, sem dúvidas, o pódio da minha consideração e admiração. Nosso elo é um presente que ganhamos de Deus. A gente se conheceu na faculdade. Dessas relações fortes, que resistem os reveses e as arbitrariedades, e que nos acompanham até na ausência. Não vivemos num grude para cima e para baixo, não estamos sempre nos mesmos lugares, mas sempre estamos juntas pelo elo do coração. Uma relação amadurecida, saudável. Um sentimento genuíno que independe de brindes e fotografias. Uma afinidade que não se encontra facilmente por aí. Certamente, uma das melhores relações que já fiz na vida.

Construímos outras amizades, mas mesmo com o passar do tempo, continuamos sendo uma dupla imbatível. Estou para conhecer base mais fortalecida do que a nossa. Juntas, aprontamos e aprendemos muitas coisas. Deus selou a nossa amizade com uma pitada considerável de cumplicidade. Nunca conheci alguém com um par de ouvidos tão gentil e atencioso. Costumo dizer que ela come flor, de tão delicada que é. Desses seres humanos raros que a generosidade do Céu fez atravessar no meu caminho. Preocupa-se com a minha vida e me aconselha com um desejo nítido de me querer bem, de apaziguar as minhas guerras internas e colocar um sorriso solto no meu rosto. É franca, mas sempre cuidadosa com as palavras. Expõe, mas não impõe. Aconselha, mas me deixa à vontade para fazer o que quero, mesmo que me quebre toda lá na frente.

Ana parece andar com um livro debaixo do braço com as melhores palavras e frases para me dizer, mas ela só carrega um coração grandioso. Respeita o meu espaço, meus medos, minhas idiotices, meus inúmeros defeitos e não joga na minha cara que me suporta. Compartilha das minhas alegrias como se fossem dela e chora as minhas dores como se nela também doesse. Amor de irmã. Lealdade, parceria e companheirismo na hora e na medida certa. Nossa amizade me faz acreditar que sentimento fraterno existe e que há pessoas no mundo que se preocupam com as outras desinteressadamente. Já deixou de viver muita coisa para vir me oferecer colo. Quando eu já não suportava carregar minha cruz, ela foi meu amparo. Nunca precisei implorar nada, sua solicitude é natural. Vem antes que eu chame. E quando não vem, faz das suas orações uma maneira de estar presente. Uma pessoa que faz questão. De estar, de ligar, de mandar notícias e procurar saber como estou.

Ana é maiúscula. Desse tipo de gente de alma bonita, leve, descontraída, que todo mundo se reúne em volta para ouvir as coisas que ela diz. Gente com personalidade e conteúdo. Um senso de humor saudável. Tem espírito de líder. Só de olhar sua figura simpática você já quer se aproximar e conhecer. Ana sorri com os olhos. Ana sorri com o coração. Quando me ouve ao telefone, sinto como se estivesse me olhando nos olhos. Não finge, ela é. Esteve ao meu lado nos momentos mais difíceis da minha vida, sacolejou a minha estrutura e foi o meu espelho interior por diversas vezes. Abrigou-me nas piores tempestades. O nome dela é Ana, mas o sobrenome é “Shelter”.

Aninha Ferreira

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